segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Final do semestre

A experiência nova assusta porque exige outras atitudes, outras metodologias. Estou navegando nos blogues do Projeto Oficina de Blogs, para dar uma finalização em termos de avaliação. Tentar medir o empenho e a dedicação de cada um ao projeto, entendendo que cada um tem o seu ritmo e sua trajetória. Nesta navegação, encontrei o blog da Aline, com uma postagem sobre nossa experiência na turma de Oficina. Gostei demais do texto e posto aqui, agora.
E que ela saiba que também vou sentir falta dos nossos encontros de sexta-feira.


Quinta-feira, 4 de Dezembro de 2008

Ciclo

Sou uma pessoa temerosa a mudanças. Sempre fui assim.
É difícil admitir mas é a verdade.

Lembro do primeiro dia de aula. Aliás, lembro da véspera do primeiro dia, do nervoso, da agonia, da timidez que seria inevitável entre pessoas que ainda não conhecia.
Lembro de ter visto algumas pessoas, daquela simpatia à primeira vista, da vontade de me aproximar mais e diminuir minha angústia.

Enfim... Lembro da primeira aula de Oficina, que me chamou atenção por quebrar a rotina que estamos acostumados.
Lembro de adorar a dinâmica de chegada com os cartões, de adorar a troca de história, de adorar as crônicas procuradas, a saída ao shopping, as uniões com a turma vizinha...

Lembro de ter me tranquilizado ao longo dos meses, de ter me sentido no lugar em que eu deveria estar, com pessoas com quem eu deveria estar.

E agora, percebo que o fim está próximo.
Não do curso, ainda faltam alguns anos. Mas da disciplina que, sem exageros, se tornou minha preferida.
E percebo também que aquela sensação de angústia se repete neste momento, com tanta intensidade quanto da primeira vez. Só inverti os motivos, a sensação é a mesma. Não mais por estar numa situação nova. Agora, é por sair de uma rotina da qual me acostumei.

Minhas sextas-feiras nunca mais serão as mesmas...

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O tempo conspira

Tenho outros blogues. E para acessar este blogue aqui, sempre tenho que me desconectar da conta do gmail. Parece tudo rápido, mas quem está sempre trabalhando na internet sabe que faz uma diferença danada. Mas este é o blogue de uma rede maior, do projeto conjunto Oficina de Blog.
Sexta-feira tivemos um dia de acertos. No CPD de Letras, na UFBA, com a ajuda da aluna-monitora-madrinha Tássia, algumas pessoas que estavam fora da rede, entraram e tive o prazer de ver os espaços de Davi, Adriana e Rafaela ativos.
Esta é uma experiência nova, e estamos na luta para que dê certo e seja um modelo para os próximos semestres.
Correndo o risco... mas sem correr riscos, será que vamos alterar os rumos da educação?
Tem horas que tudo conspira para que deixemos de acreditar.
Eu de vez em quando, tenho vontade que o mundo páre para eu poder descer uns minutinhos.
Mas chega a sexta-feira e o encontro com os alunos da turma de LETA09 me dá forças novamente.
Sábado fui dar aulas no curso de gestão cultural, lá na UEFS. 70 alunos, um calor danado, almoço de quentinha, sem ar condicionado... Tudo contra? Não, tudo a favor... A favor da crença de que estou no caminho certo: o caminho da solidariedade, o caminho da crença de que cada pequeno gesto solidário que eu fizer vai ter algum efeito para melhorar o que temos.

O blog do Olavo

(para acessaro blog do Olavo, clique aqui
http://eu-homemde50.blogspot.com/



Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.
As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram sete anos preparando-se para o passeio.
Passados seis meses, após acharem o lugar ideal, ao desembalarem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.
Então, designaram a tartaruga mais nova para voltar à casa e pegar o sal, por ser a mais rápida.
A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou.
Concordou em ir, mas com uma condição:
Que ninguém comeria até que ela retornasse.
Três anos se passaram... Seis anos... e a pequenina não tinha retornado.
Ao sétimo ano de sua ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.
Nesta hora, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:
-Viu! Eu sabia que vocês não iam me esperar.
Agora que eu não vou mesmo buscar o sal!
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Na nossa vida as coisas acontecem mais ou menos da mesma forma.
Desperdiçamos nosso tempo esperando que as pessoas vivam à altura de nossas expectativas. Ficamos tão preocupados com o que os outros estão fazendo que deixamos de escrever nossa própria história.
Como disse Mário Quintana:
'O pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.'

Viva sua vida e deixe de se preocupar com a opinião e o interesse dos outros por você.
O sucesso parece estar ligado à ação. Pessoas bem-sucedidas mantêm-se ativas.
não desistem.'.

Olavo

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terça-feira, 21 de outubro de 2008

Direto do blog da Nath

Civilização?

Domingo, 19 de Outubro de 2008




Médicos confirmam morte cerebral de Eloá

Hermano Freitas, Portal Terra

SÃO PAULO - O secretário de Saúde de Santo André, Homero Nepomuceno Duarte, confirmou na madrugada deste domingo a morte cerebral da jovem Eloá Pimentel, 15 anos, que foi baleada na cabeça e na virilha, depois de 101 horas de cárcere privado imposto pelo ex-namorado Lindenbergue Alves, 22 anos. A morte cerebral foi declarada às 23h30 do sábado.


Choca. Atordoa. É quase inacreditável que algo assim aconteça em pleno século XXI, num momento em que as pessoas se vangloriam por todo o progresso que o homem conquistou. Balela! Estamos tão próximos à barbárie que nem nos damos conta. Afinal, uma das características é exatamente a de não se importar e não se envolver; é como se tudo isso fosse natural. E não me refiro apenas a esse caso, nem apenas aos escolhidos para exploração pela mídia sensacionalista, mas a todos esses que às vezes estão no pé de página de um jornal qualquer e que não deixam de ser tão brutais e nonsense quanto o de Eloá.


Há muita liberdade disfarçada. Os valores espalhados pregam uma liberdade individual nunca antes conquistada, um prazer em valorizarmos nossas particularidades e desejos, mas a prática mostra que o pensamento dos brasileiros ainda beira o raciocínio de séculos atrás. Esse caso me cutucou, me incomodou por todos esses dias. A questão é que ainda estamos presos a um pensamento feudal de honra, uma necessidade fremente de manter a cabeça erguida no tempo pós-amor. O tal do Lindembergue não poderia aceitar a idéia do fim. Não, nem pensar. Uma vez dele, sempre dele ou que não fosse mais. E ela não é. Apenas 15 anos e deixou de ser.


Aqui vai uma crônica de Lima Barreto escrita em 1915 (pasmem!), que diz tudo o que ficou entalado na minha garganta por esses dias.


Lima Barreto

Não as matem

Esse rapaz que, em Deodoro, quis matar a ex-noiva e suicidou-se em seguida, é um sintoma da revivescência de um sentimento que parecia ter morrido no coração dos homens: o domínio, quand même, sobre a mulher.

O caso não é único. Não há muito tempo, em dias de carnaval, um rapaz atirou sobre a ex-noiva, lá pelas bandas do Estácio, matando-se em seguida. A moça com a bala na espinha, veio morrer, dias após, entre sofrimentos atrozes.

Um outro, também, pelo carnaval, ali pelas bandas do ex-futuro Hotel Monumental, que substituiu com montões de pedras o vetusto Convento da Ajuda, alvejou a sua ex-noiva e matou-a.

Todos esses senhores parece que não sabem o que é a vontade dos outros.

Eles se julgam com o direito de impor o seu amor ou o seu desejo a quem não os quer. Não sei se se julgam muito diferentes dos ladrões à mão armada; mas o certo é que estes não nos arrebatam senão o dinheiro, enquanto esses tais noivos assassinos querem tudo que é de mais sagrado em outro ente, de pistola na mão.

O ladrão ainda nos deixa com vida, se lhe passamos o dinheiro; os tais passionais, porém, nem estabelecem a alternativa: a bolsa ou a vida. Eles, não; matam logo.

Nós já tínhamos os maridos que matavam as esposas adúlteras; agora temos os noivos que matam as ex-noivas.

De resto, semelhantes cidadãos são idiotas. É de supor que, quem quer casar, deseje que a sua futura mulher venha para o tálamo conjugal com a máxima liberdade, com a melhor boa-vontade, sem coação de espécie alguma, com ardor até, com ânsia e grandes desejos; como e então que se castigam as moças que confessam não sentir mais pelos namorados amor ou coisa equivalente?

Todas as considerações que se possam fazer, tendentes a convencer os homens de que eles não têm sobre as mulheres domínio outro que não aquele que venha da afeição, não devem ser desprezadas.

Esse obsoleto domínio à valentona, do homem sobre a mulher, é coisa tão horrorosa, que enche de indignação.

O esquecimento de que elas são, como todos nós, sujeitas, a influências várias que fazem flutuar as suas inclinações, as suas amizades, os seus gostos, os seus amores, é coisa tão estúpida, que, só entre selvagens deve ter existido.

Todos os experimentadores e observadores dos fatos morais têm mostrado a inanidade de generalizar a eternidade do amor.

Pode existir, existe, mas, excepcionalmente; e exigi-la nas leis ou a cano de revólver, é um absurdo tão grande como querer impedir que o sol varie a hora do seu nascimento.

Deixem as mulheres amar à vontade.

Não as matem, pelo amor de Deus!

Vida urbana, 27-l-1915

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Manhã de sol, festa de luz, pertinho do mar: mas era uma aula!

No meio do caminho, eu errei a entrada. Andei em círculos e afinal, quando pensei que estava equivocada, encontrei Ralph e Aline, que afinal, deveriam estar se encaminhando para a aula. Dei carona e quando chegamos, nossa sala de aula estava fechada. Às 09:00 horas, o shopping Barra abriu e entramos. Nos direcionamos para o Café La Place, onde marcamos encontro com a turma. Aos poucos, foram chegando Ralph, Davi, Rômulo, Nanda Pedrecal, Nanda Tinski, Camila, Ilma, Adriana, Aline Barbosa, Grace. Recebemos notícias de Adriano, Marcelo, Rafaela, que não poderiam estar conosco. E esperamos, com ansiedade a chegada de Tássia! Algumas provocações foram feitas. E aceitas. Fizemos reunião na livraria Siciliano, sentadinhos no chão na ala infantil. Houve entrevista, lanche improvisado, a presença do grande poeta Ruy Espinheira, sorteio de livro, risadas, abracinhos felizes e muita alegria. No final, propostas para a semana e a rodinha das palavras positivas e dos beijinhos. Muitos abracinhos felizes e uma sensação geral de que a manhã tinha sido muito especial. Manhã de sol, festa de luz, pertinho do mar e dentro do shopping: e era a aula de LET09, da turma da professora Eliana Mara, do Instituto de Letras da UFBA. Ah, nem precisava dizer isso, mas é bom dar nosso endereço, né?

domingo, 28 de setembro de 2008

Para começar!

Neste projeto, que é um projeto de vida, a proposta foi criarmos blogues onde todo o processo das aulas de oficinas de leitura e produção de texto pudesse ser exposto, de acordo com o ritmo da turma e de cada escritor-aluno. É um workinprogress, relatos de uma travessia.
Esperamos que vocês, leitores, convidados a participar, estejam conosco e colaborem.

Abracinhos felizes!